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quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Esporte é Vida, Esporte é Saúde!!

Não nasci para competir com os outros. RENASCI PARA SUPERAR A MIM MESMO.
Agradeço a Deus por estar vivo depois do acidente e por ele ter me dado essa segunda chance de vida para que eu pudesse parar refletir, pensar e ver tudo de errado que eu estava fazendo e que era a hora de parar e recomeçar uma vida nova e com isso abri novos caminhos e horizontes que eu nem pensava em trilhar. Nós não podemos mudar o nosso passado, mais podemos procurar a Jesus Cristo e a nossa mãe Virgem Maria e com perseverança podemos começar e refazer uma vida nova e ser realmente FELIZ com Jesus e Maria.. Amém.
Esse sou EU e vou ser sempre assim não sou obrigado a agradar ninguém e se alguém tirar conclusões antes de me conhecer fazer o que!!!! Mais uma coisa rumo aos 12 anos assim e sem ter uma depressão aceitei o que Deus me deu pra carregar!
Agraço a toda minha família, amigos verdadeiros que tenho e eles sabem quem são por sempre me dão força e ajudar nas horas boas e ruins. Abraço a todos e Deus muito obrigado pela vida que me deu de novo!!
O mundo é um belo livro, mas pouco útil para quem não sabe ler!!
Créditos do vídeo: FB - Bike Producões


terça-feira, 16 de setembro de 2014

Equipe Paratleta de Lorena.

Um dos maiores valores do desporto e das atividades físicas para a pessoa com deficiência é elevar a dimensão potencial do corpo, melhora da auto imagem e, simultaneamente, amplia as condições de efetiva função na sociedade. A natação é considerada como um exercício que traz muitos benefícios à alunos com deficiência, pois trata-se de uma atividade que trabalha com o corpo inteiro, dentro de um ambiente que provoca relaxamento e diversas possibilidades de movimentação. Atualmente, a área de Educação Física Adaptada vem se destacando cada vez mais, como um novo campo de atuação profissional, diversas academias, clubes, escolas têm apresentado um trabalho diferenciado direcionado a população especial. O trabalho com pequenos grupos, ou até mesmo individualizado, muitas vezes domiciliar, são também possibilidades para a atuação do profissional de Educação Física. Percebendo, desta forma, a necessidade de uma atualização e especialização dos profissionais para a realização de um trabalho coerente e consciente, este estudo teve como objetivo verificar os benefícios sociais, psicológicos e físicos da prática da natação aos indivíduos com lesão medular.




















terça-feira, 22 de julho de 2014

História completa do meu ACIDENTE em 2002!!

COMEÇO DA SEMANA

Em 2002 na última semana de novembro teve o último campo do Exercito Brasileiro no qual eu servia no 5º Batalhão de Infantaria Leve de Lorena o 5º BIL, arrumamos as coisas que tínhamos que levar para o campo mochila com roupas, comida, os kits e etc. e claro a nossa namorada que era o Fuzil 7,62, pois bem partimos no comboio até Resende na AMAM e dela saltamos em um determinado lugar para partimos daquele ponto a pé até o objetivo final da missão desse campo. Passamos por rios, barros, tomamos chuva, ficávamos mais de horas acordados andando mais durante a noite porque era melhor e mais difícil de sermos vistos depois de horas chegamos ao local determinado pelo comandante da missão na época. Ficamos lá de segunda até sexta feira com muita força, garra e foco na missão que era cobrado se não podíamos ser surpreendidos pelos inimigos (figurantes) sendo que era uma simulação de um fato que poderia ser real e precisávamos estar sempre prontos para qualquer tipo de missão.
Chegando no 5º BIL na sexta feira a tardezinha fomos liberados para ir todos para casa e voltar no sábado, mas podíamos escolher quem quisesse podia limpar o armamento e o material em que cada militar levou para o campo. Como não levei muita coisa porque eu levava mais coisas de comer, água e o necessário que eu na época usaria durante uma semana resolvi arrumar minhas coisas na sexta mesmo limpei meu armamento deixei em condições de uso para se preciso ser usado, foi quando terminei e um amigo que estava de serviço chegou e me perguntou Horácio tem como você assumir cabo da guarda pra mim até amanhã cedo porque tenho um casamento pra ir hoje, eu disse que sim e fiquei até dia seguinte até passar o serviço da guarda para a turma que estava entrando no sábado.
Até ai eu á estava mais de uma semana sem dormir direito só dormia umas 4 horas por dia ou um pouco mais porque no exercito não pode dormir e dar bobeira mesmo porque eu era Cabo e tinha que acordar de duas em duas horas pra trocar o quarto de hora de soldados no campo e na guarda, ou seja, eu estava achando que estava tudo bem e meu sono estava tranquilo porque não sentia sono.

SABADO COMEÇO DE TUDO

Enfim cheguei em casa no sábado cedo e ao invés de dormir um pouco resolvi levar meu cunhado no sítio que o pai dele tinha na região aqui de Lorena e por lá fiquei ajudando ele em alguns serviços depois almoçamos e vim embora pra minha casa e liguei para a menina que eu namorava avisando que estava em casa qualquer coisa podia me ligar, foi onde tive a ideia de alugar uns filmes pra assistir com ela mais tarde. Tirei um cochilo rápido à tarde e fui busca-la na casa dela e viemos ver os filmes e eu nem pensava em dormir e não conseguia. Quando foi a noite passou um colega chamando pra sairmos e eu disse não vou estou sem dinheiro. O colega insistiu e combinamos então de ir ao antigo Canecos’ Bar chegando lá estava muito cheio e resolvemos ir à antiga Volantes no centro da cidade lá tomamos cerveja, uísque com energético, porções e conversando sobre a vida e a famosa saideira foi ao Canecos’ Bar aonde o colega faz a seguinte pergunta Juninho vamos pra Ubatuba agora eu já estava bêbado e perguntei se minha namorada queria ir ela disse vamos, mas eu iria mesmo se ela não fosse, pois bem saímos de Lorena por volta de duas e pouco da manhã e minha irmã me viu entrando em casa e perguntou onde eu estava indo àquela hora com uma mochila e disse ainda não vai Junior você está ruim e já é tarde, eu nem liguei para o que ela me falou e fui achando que eu estava certo e não queria saber do que me falavam naquela época. Eu na época não pensava em fazer uma Faculdade, não tinha planos para o futuro só queria saber de curtir todo dia e não pensava nas consequências que podia e já estavam acontecendo na minha vida.
Então fomos para Ubatuba desci sem condições de fazer uma viagem segura, sem habilitação de moto e o principal colocando a vida da namorada e a minha VIDA em risco. Graças a DEUS fui sem levar um tombo e arranhão e meu colega na descida por Cunha levou uns seis tombos na moto dele durante a ida. Chegamos a Ubatuba por volta de sete ou 8 horas da manhã e o sono começou a me incomodar foi quando tirei um cochilo ao lado da minha moto, mas quem consegue dormir na beira da praia só se estiver muito bêbedo pra dormir na praia grande. Passamos o dia lá tranquilo e nos arrumamos para ir embora subimos a serra e que adrenalina subir aquela serra de moto só quem sobe e já subiu sabe.

O ACIDENTE

Depois que acabou a subida da serra continuamos na estrada Osvaldo Cruz e estava um sol insuportável afinal era (01/12/2002) horário de verão depois de alguns quilômetros na estrada com sol exalando cai àquela chuva de verão que da aquele medo o que eu poderia fazer na situação parar a moto e esperar passa a chuva muito mais muito forte mesmo, mas não eu achava que não tinha problema e continuei a viagem naquela chuva vim a 60 km/Hr com uma distancia aproximada de 1,1/5 km/ do carro da frente na altura do Km 46, 47 minha moto derrapou na agua da chuva que estava escorrendo na estrada consegui voltar à moto, porém ela virou e fui para o acostamento com a moto meio descontrolada e comecei a bater em um barranco quando consegui acertar e controlar a moto acabou o barranco e cai de bruços e a namorada por cima e parei com a metade da cabeça numa valeta que estava cheia de agua por causa da chuva e essa agua escorria para um rio próximo, desmaiei na hora, pois quando cai, meu pescoço já virou e ali tudo aconteceu. Ao acordar procurei pela namorada e não consegui virar meu pescoço apenas a os olhos se mexiam, foi quando percebi que a coisa era mais seria do que pensei então chamei a namorada perguntei se ela estava bem e graças a DEUS ela só arranhou o joelho. E me perguntou e você o que esta sentido?
Eu disse nada, não estou sentido nada do meu corpo, por favor, não deixa ninguém mexer comigo só resgate ou bombeiros que não sabemos o que realmente aconteceu.

ATENDIMENTO E OS PROCEDIMENTOS DO ACIDENTE

Fui para o Hospital de São Luís do Paraitinga e lá tinha um médico que segundo a namorada me disse aparentava estar bêbado e sem falar que o aparelho de Raios-X não estava funcionando isso em dezembro 2002, fui transferido para o antigo Hosic de Taubaté onde fiquei por 12 Horas na UTI e depois graças a DEUS eu melhorei e fui para o quarto normal e a enfermeira da UTI me disse você tem sorte quem chega como você fica no mínimo 60 dias então agradeça a Deus todos os dias do seu jeito, mas agradeça. No quarto normal fiquei 23 dias quase festejei o Natal lá. A falta de informação do Hospital para com a minha família fez com que minha cirurgia demorasse 13 dias para ser realizada. Graças a Deus a cirurgia foi bem sucedida e voltei para o quarto e se não bastasse tantas emoções acontece mais uma. Uma parada respiratória que juntou todos os enfermeiros de plantão e depois de alguns minutos voltou pra terra de novo afinal fui bater um papo com Deus e ele disse não é sua hora ainda volta e aproveita essa chance que estou te dando que essa missão você conseguirá carregar sem problemas, minha família e minha namorada na época sem palavras porque estavam todos os dias lá e lá foi alguns verdadeiros amigos fazer uma visita, mas agradeço até hoje e vou agradecer a namorada que foi os 23 dias e depois ficou cuidando comigo e me ajudando no que eu precisava obrigado e que Deus esteja sempre com você.

CHEGADA EM CASA DEPOIS DE 23 DIAS INTERNADO

Cheguei em casa no dia 23 de dezembro de 2002 uma festa quarto cheio de cartazes e bolas de bexiga e toda família a minha espera e alguns amigos. O que eu havia pensado eu consegui fazer e estou até hoje sem entrar em depressão, ficar reclamando da vida por estar numa cadeira de rodas, pois somos todos iguais perante Deus todos com suas limitações. Em casa depois que passou toda aquela loucura, nervoso e bem, mas a família ainda muito abalada com o acontecido vem um primo de quatro anos na época e me da uma lição de moral que meus pais, irmãs e ninguém falou e aquela criança de quatro anos veio sentado numa poltrona no quarto olhando pra mim e me disse Junior quando você vai voltar a andar? Eu te ensino você estava andando esses dias mesmo. Eu falei não sei Jose vou ter que esperar e aprender tudo dinovo.
Ai então vem o puxão de orelha dele com apenas quatro anos. “Viu quem mandou você ir pra Ubatuba beudo, sem avisar a tia e sem carta de moto agora tá ai todo folgadão tudo tem que dar na sua boca”. Disse meu primo Jose.
Desse em dia em diante comecei a rotina de adaptação para aprender a viver na cadeira e com minha limitação. Fiz fisioterapia por cinco anos e terapia ocupacional por uns três anos em Taubaté. Continuei fisioterapia, hidroterapia e equoterapia em Lorena, mais acabei relaxando e parava e voltava. Em 2007 comecei a fazer faculdade de Administração na Fatea terminei a faculdade e hoje eu posso dizer eu fiz uma faculdade e tenho curso superior uma coisa que nunca tinha passado pela minha cabeça na época que andava porque só queria curtir e viver a vida sem pensar nas consequências.
Eu hoje dia 09/01/2013 só tenho há agradecer a minha família por tudo que fazem para me ajudar hoje e aos meus verdadeiros amigos que só apareceram quando mais precisei não vou citar nomes porque eles sabem quem são. Quero que Deus abençoe todos e ilumine a vida de todos a cada dia que passa.

O CONSELHO

Conselho para quem leu tudo isso nunca abuse da sua sorte, não ache que não vai acontecer porque as coisas acontecem porque DEUS que, que aquilo acontece com você, porem não abuse da sua sorte e nunca coloque em risco a coisa mais preciosa que você tem que e sua VIDA.

AGRADECIMENTOS

Obrigado DEUS por ter me deixado no mundo pra viver a vida como o senhor quis. A minha família e amigos. Amém.

Boa noite! Estou de volta!!


terça-feira, 17 de setembro de 2013

Cão ajuda no desenvolvimento de bebê com Down



Fábio de Oliveira*
Do UOL, em São Paulo
Pedro, de um ano e três meses que tem síndrome de down, com o golden retriever. Foto: Ricardo Lima/UOL
Pedro, de um ano e três meses que tem síndrome de down, com o golden retriever. Foto: Ricardo Lima/UOL
Ter um animal de estimação traz um lista infindável de benefícios. É o que garante Hannelore Fuchs, veterinária e psicóloga de São Paulo, especializada em comportamento animal. “Tudo começa pelo lado fisiológico”, descreve ela. “O toque, a percepção da pele do animal, faz nosso organismo liberar endorfinas, as substâncias por trás da sensação de bem-estar”. O olhar também entra nesse somatório.
De acordo com um estudo realizado pela American Heart Association, criar um animal reduz fatores de risco para doenças cardíacas, como a pressão alta, colesterol ruim elevado, estresse, obesidade e ajudam, ainda, na recuperação de pacientes infartados.
Um estudo coordenado pela especialista no Itaci (Instituto de Tratamento do Câncer Infantil), em São Paulo, mostrou que a visita dos bichos suspendia provisoriamente a dor nas crianças doentes.
Por falar em crianças, a garotada que é criada ao lado desses companheiros tem mais facilidade de se tornar responsável. Sem contar que o animal é uma presença constante que preenche carências psicossociais, afastando a solidão do idoso, divorciado, solteirão ou dos pais que veem as crias saírem de casa. E ainda não critica o dono.
“Ele assume o papel de filho, amigo, de quem quer que seja do sistema familiar. Isso é atribuído de acordo com sua necessidade”, explica Hannelore Fuchs. Não é de estranhar ver alguém se referir como o papai ou a mamãe de um cão ou gato.
Há, também, os animais que são usados como intermediários para pessoas com problemas específicos, como os cães que auxiliam pessoas com deficiência visual ou física. “É algo de valor inestimável, pois tira a dependência desse indivíduo em relação a outro ser humano”, diz Hannelore. “Faz com que ele se sinta mais inteiro e no controle da situação”.
É claro que existem histórias de sucesso e fracasso quando o assunto é animal de estimação. A compraou adoção de um gato ou cachorro não é necessariamente sinônimo de que tudo vai melhorar no dia a dia. “Daí um dos motivos para o alto índice de abandono”, aponta Mauro Lantzman, que é veterinário e especialista em comportamento animal em São Paulo. Muitos adquirem um animal por impulso. Por isso, alguns fatores devem ser avaliados antes de decidir ter um bicho.
“Existem algumas etapas”, relata Lantzman, que também é professor da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo). Primeiro, deve-se optar pelo animal mais adequado: no seu caso, é melhor ter um cachorro ou um gato? Qual é a melhor raça?
Até dentro da ninhada, dá para ver como o animal responde aos estímulos e se comporta em relação aos outros cães ou pessoas no dia a dia: tem tendência a ser dominante, hiperativo, dócil ou medroso –e o medroso, muita vezes, se revela bastante bravo.
Outras questões que o especialista faz: é para uma casa ou um apartamento? Como é a rotina da família? Já teve um cachorro ou não? Se for um animal de maior porte, é preciso checar se o futuro dono vai ter disponibilidade para passear com ele.
Hannelore Fuchs diz que um cão grande e sossegado como um Golden Retriever pode ser bacana para uma criança, mas com ele vem o ônus de ter mais cuidados, por se tratar de um animal maior e peludo. “Na hora de escolher, pensamos mais na gente, mas também é preciso levar em conta o bem-estar do animal”, afirma Lantzman. Portanto, ao pensar em ter um bicho, lembre-se que ele viverá muitos anos e que a vida e a saúde dele dependerão de você.
*Com colaboração de Andrezza Czech

Pai acompanha filha cadeirante desde o 1º dia de aula em faculdade



Naliny é cadeirante há cinco anos e cursa jornalismo na Ufac. ‘Um pai, um amigo, um enviado de Deus’, diz estudante.
Bezerra espera filha sair da aula para levá-la para casa.(Foto: Eduardo Duarte)
Bezerra espera filha sair da aula para levá-la para casa.(Foto: Eduardo Duarte)
Olhar cansado, uma fala mansa e uma postura que passa tranquilidade. José Alcione Bezerra, mais conhecido como ‘Seu Bezerra’, é figura de destaque no curso de Comunicação Social da Universidade Federal do Acre (Ufac). Há quatro anos, ele acompanha sua filha, Naliny Arantes, na vida acadêmica. É comum passar pelos corredores do curso e vê-lo sentado sempre envolvido em uma boa conversa, seja com alunos ou com os funcionários da faculdade.
Desde criança, Naliny diz que se sentia muito mal. “Minha mãe contava que eu chorava muito, me levaram ao médico, mas nunca conseguiram diagnosticar o que eu tinha”. Aos 17 anos, o problema se agravou e ela teve uma forte crise de vômitos que durou 7 dias. Após o ocorrido, a estudante foi encaminhada para Brasília e lá diagnosticaram refluxo. Receitaram alguns remédios que não faziam o efeito esperado e, somente em Manaus, Naliny conseguiu o tratamento adequado para o problema.
Porém, a demora no tratamento e as constantes naúseas que a impediam de se alimentar acabaram fazendo com que ela fosse perdendo as forças nos membros inferiores, causando um problema chamado atrofia espinhal 3 e aos 20 anos, Naliny parou de andar. “Parei de andar por causa dos quatro anos internada. Eu ficava deitada tomando remédio e sem comer nada, eu sentia muitas náuseas por conta do refluxo. Cheguei a ter uma parada cardiorespiratória, me colocaram às pressas em um avião para Manaus e lá me passaram uma medicação e nunca mais senti nada”, lembra.
Bezerra faz questão de acompanhar todos os passos da filha.(Foto: Arquivo pessoal)
Bezerra faz questão de acompanhar todos os
passos da filha.(Foto: Arquivo pessoal)
Com a mobilidade reduzida, Naliny conta que entrou em depressão e buscou maneiras de se manter motivada. “Pensei que fosse morrer de desgosto. Procurei apoio em aulas de pintura e depois que melhorei, juntei meu material do ensino médio e comecei a estudar sozinha no meu quarto. Meu pai comprou um bom notebook e estudei pela internet em um curso pré-vestibular online à distância”, conta emocionada.
Bezerra trabalhou por 26 anos no Exército em Rio Branco e ele faz questão de lembrar o suporte que o Exército deu para o tratamento de sua filha. “O Exército sempre deu apoio nas viagens que tivemos que fazer com ela por conta da doença”. Aposentado em 2011, ele ressalta que somente com o apoio do Exército conseguiu as viagens para o tratamento de Naliny.
O recomeço e o apoio do pai
“Meu pai foi o maior presente que Deus me deu”. Assim Naliny começa falando sobre o seu recomeço. “Quando vi meu nome na lista de aprovados da Ufac, chorei, liguei para o meu pai e ele também se emocionou”. Naquele dia, tanto a estudante, quanto o pai começavam a escrever uma nova história.
Bezerra passou a acompanhar a filha desde o primeiro dia de aula. Ele a leva e fica esperando a aula terminar, sempre sentado próximo à sala de aula. “Ela tem vontade de ser alguém na vida, de ser uma profissional. Para mim, a deficiência não é barreira para que ela cresça na vida e seja feliz”, explica.
Os primeiros períodos na universidade não foram fáceis, por necessidade, Bezerra levava Naliny de moto. “Eu tinha muito medo, porque sei que não é o certo. Porém, não era escolha, era necessidade mesmo. Hoje, conquistamos nosso carro, mas foram coisas que adquirimos aos poucos”, lembra.
Naliny termina a faculdade no fim deste ano, o diploma não cria expectativas somente na estudante, mas também em seu pai. Ao falar sobre o dia que sua filha terminará o curso, ele conserva um riso discreto e um ar de satisfação e orgulho. “Vai ser uma grande alegria para mim, para ela e para as pessoas que, por alguma dificuldade, pensam em desistir do que querem. A gente tem que encarar a dificuldade como um problema que pode ser resolvido “, diz.
Bezerra da apoio à filha durante as aulas na Ufac. (Foto: Nathacha Albuquerque)
Bezerra da apoio à filha durante as aulas na Ufac. (Foto: Nathacha Albuquerque)
Sobre a responsabilidade de pai, ele é enfático ao afirmar que tanto o pai como a mãe devem se responsabilizar por seus filhos. “Os pais têm que dar apoio aos seus filhos. Se Deus colocou ela na minha vida, eu tenho que cuidar dela e nunca fugir ou me deixar abater por qualquer problema que seja”, diz.
Bezerra ressalta que tudo que Naliny conquistou até agora é mérito da própria estudante. Sobre o preconceito em relação às pessoas com deficiência física, ele garante que é um pensamento arcaico. “Ela estuda e trabalha. Se chegou até aqui é porque tem capacidade, como qualquer pessoa e ela vai se tornar uma ótima profissional. Deus está do nosso lado e nunca vai nos abandonar”.
Para ele, sua recompensa é ver a filha feliz e realizada. “Eu agradeço a Deus por ter colocado ela naminha vida, é uma pessoal especial pra mim. Vou estar sempre ao lado dela, orando e pedindo a Deus e, assim, sei que tudo vai dar certo e ela vai ser feliz”, finaliza.
Para Maria das Graças, mulher de Bezerra, a postura do marido é um verdadeiro exemplo de luta, amor e dedicação. “Ela nunca deixou de fazer nada, ele sempre está com ela. Nunca ouvi ele reclamando de cansaço ou doença. Sempre ao lado dela”, diz.
Sobre as dificuldades da família, Maria das Graças é otimista e também deixa transparecer um sentimento de dever cumprido. “Não tem vitória sem luta. Nossa recompensa é vê-la conquistando o que sempre quis, estudando e sendo uma boa profissional. Tudo é mérito dela, nós oferecemos o apoio e o suporte e ela conquistou tudo que possui pelo seu próprio esforço”.
Naliny se forma em jornalismo no fim deste ano (Foto: Arquivo pessoal)
Naliny se forma em jornalismo no fim deste ano (Foto: Arquivo pessoal)
Naliny se emociona ao falar do pai e o define como um companheiro que está ao seu lado em todos os momentos. “Um pai, um amigo, um enviado de Deus para cuidar de mim nesse mundo tão cheio de preconceito e pessoas egoístas. Ele nem imagina o quanto é importante pra mim”, comenta sobre o seu pai.
Fama
Enquanto dá entrevista no corredor da faculdade, é comum os alunos passarem e cumprimentarem Bezerra. Ele se tornou uma figura constante e famosa no curso. Sobre o reconhecimento, ele brinca. “Já me acostumei, acho muito bom. Como dizem, quem não é visto, não é lembrado”.
Os alunos definem a garra de Bezerra. Para Bruno Rocha, estudante de jornalismo, ele “é um exemplo não somente de pai, mas de cidadão, pois sua força de vontade em apoiar a filha é notável. Durante quatro anos acompanhando a rotina da Naliny, é inspirador e motivou muitos a não desistirem de seguir o curso”, garante.
“Poucos têm a oportunidade de acompanhar tão de perto os filhos como ele acompanha a Naliny. Para ela, ter ele por perto influencia positivamente a vida dela, tanto pessoal como profissionalmente”, comenta Stael Maia, estudante do curso de jornalismo.
Para Taiane Lima, ele é um super pai que abdicou da sua vida para acompanhar de perto sua filha. “Ele é um exemplo de amor e superação”, diz.
A dedicação de Bezerra já inspira outros alunos que querem se espelhar em seu exemplo. Joabes Guedes, prestes a ser pai, declara: “Acho que ser pai não é somente colocar no mundo. É estar presente participar da vida do filho mesmo que isso signifique abrir mão de sossego, tempo, dinheiro. Desde que o conheci vejo a dedicação dele pela filha. Acompanha todos os passos dela. É o espelho do pai que eu quero ser um dia”.
Já para Hellen Diane ele lembra amor. “É um amor tão grande que não precisa nem ser dito, só de olhar para ele percebe-se o quanto ele a ama. Um exemplo de pai e de pessoa. Um ser humano exemplar”, disse.
O estudante e jornalista Wesley Moraes resume a admiração por pai e filha. “Admiro a força de vontade da filha e a determinação do pai em estar presente ali todos os dias. Se depender dele, ela não falta jamais. Ele é o típico paizão coruja e exemplo para muitos estudantes do curso”, finaliza.
Fonte: Tácita Muniz, G1

Tetraplégica aguarda há mais de dois anos por cadeira de rodas no Acre

MP instaurou procedimento preparatório para investigar o caso. Maria Silene ficou tetraplégica após um acidente de carro em 2004.
Maria Silene ficou paraplégica após um acidente de carro em 2004 (Foto: Tácita Muniz/G1)
Maria Silene ficou paraplégica após um acidente de carro em 2004 (Foto: Tácita Muniz/G1)
Maria Silene Ferreira Menezes, de 28 anos, tem tetraplegia espástica há nove anos e tenta ganhar o direito de receber os medicamentos e uma cadeira de rodas da Secretaria Estadual de Saúde do Acre. A cadeirante afirma que deu entrada no processo em 2011 e até agora nada foi solucionado. O Ministério Público do Acre (MP-AC) publicou no Diário Oficial da última sexta-feira (13) que um procedimento preparatório foi instaurado para investigar o caso.
A cadeirante conta que procurou o MP há cerca de dois meses. A decisão foi tomada após várias tentativas de receber uma cadeira de rodas nova. “Minha cadeira está quebrada, já quebrou três vezes e eu consegui ajeitar. Em 2011, fui na secretaria de Saúde, lá me enviaram para Fundação do Bem Estar Social (Fumbesa-AC). Dei entrada no pedido, fui na secretaria novamente e me pediram para pegar os papéis da Fumbesa e levar para lá. Fiquei aguardando, liguei, fui lá e nada foi feito. Depois das tentativas resolvi procurar o MP”, disse.
Ela também luta para ganhar os medicamentos que precisa tomar por causa da doença, nesse caso ela foi encaminhada para a Defensoria Pública. De acordo com Maria, são três remédios que custam, cada um, em torno de R$ 340. “São três, um para a bexiga porque pressiona, outro para as pernas e para o controle de urina. Uma caixa é R$ 340, eu que estava comprando, mas esse mês não comprei. Moro só com a minha filha. A gente ia comer como?”.
Sobre os medicamentos, ela disse que foi informada que a medicação não está disponivel no estado e nem no Sistema Único de Saúde (SUS). Porém, na segunda-feira (9) ela disse que foi realizada uma audiência e estão aguardando um novo laudo do seu médico para liberarem esses remédios.
Maria mora em uma casa com sua filha de dez anos e relata que a cada dois anos fazia cirurgia. “Eu aplicava botox na bexiga para aumentá-la. Eles descobriram que esse novo remédio pode controlar e eu não precisaria mais fazer essa cirurgia”, explicou.
O laudo necessário para receber esses medicamentos deve demorar 20 dias para ficar pronto. Mesmo com tantas dificuldades, Maria espera que tudo termine bem. “Espero que seja resolvido o mais rápido possível”, diz.
Ela conta que também não é acompanhada por nenhum médico do estado. Seu médico é de São Luís e ao procurar a Fundação Hospitalar do Acre, Maria disse que foi informada que não precisaria de acompanhameno médico. “Quando preciso de algum remédio vou aos postos de saúde e pego a receita com um clínico geral”, diz.
Maria conta que ficou tetraplégica após um acidente automobilístico em 2004. Passou um ano com depressão e é tranquila ao falar sobre as dificuldades que vem enfretando a partir de então. “É dificil, mas é assim mesmo. A realidade é essa né?”, finaliza.
MP investiga o caso
O promotor de Justiça, Rogério Voltolini Muñoz, informou que o MP solicitou informações da Secretária Estadual de Saúde (Sesacre). “Existe um prazo para atender a requisição. Estamos na fase de coleta de informações e temos que respeitar esse prazo legal para que o órgão possa se manifestar. Após esse prazo, o MP analisa o que pode ser feito extra processualmente ou processualmente’, disse.
A secretaria estadual de Saúde, através do departamento de administração, divulgou uma carta de esclarecimento na noite da última sexta-feira (13), informando que foi aberto um processo licitatório, por meio de pregão eletrônico, que se encontra em fase de conclusão.
A nota diz ainda que a aquisição de bens e serviços dos órgãos públicos só podem ser realizadas por meio de licitações públicas, ‘o que acaba por alongar a resolução de algumas solicitações’.
Fonte: Tácita Muniz, G1